quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Cultura e Responsabilidade

Falar de Ambiente e Integração é necessariamente falar de responsabilidade social para com o património histórico e cultural. Se ambiente é enquanto espaço, local de fruição, vivência, contacto de relações, estes espaços da urbe e /ou natureza somente conseguem uma simbiose e correcta integração através de um sincretismo ou miscigenação cultural, que para além de ecléctica consiga abrir às realidades funcionais da urbe a convivência estética do paisagismo naturalista às novas necessidades ecológicas de sustentabilidade. Porém os novos ambientes, ou novas espacialidades “virtuais” criadas pelas tecnologias da informação e comunicação, se por um lado, agem, como “revolucionários” do saber e “modus vivendi”, por outro, reagem, como “reaccionários”que aqui caducam a evolução natural da consciencialização para a cultura. São os neologismos criados, os estrangeirismos, a nova gíria e calão que embora não constituindo matriz cultural, se assumem como pseudo-cultura, de globalização infernal, como se esta deve-se ser uma assimilação de culturas e fusão de civilizações.
Impera que a responsabilidade pela preservação da identidade, sirva de base de partida e não de utopia de chegada. Os colonialismos outrora políticos, deram lugar aos económicos, futuramente lugar darão a uma parceria de interesses de base cultural… Mas entretanto as espacialidades virtuais tem permitido catalisar uma contra-informação de generativa, facilitista, viciosa capaz de influenciar uma sociedade cada vez mais descaracterizada, dar sinais e inaugurar conceitos e etnias. A par e passo de uma arquitectura virtual, a da “urbe” se não romper o preconceito, poderá originar fenómenos, ou de integração forçada - coisa que não é integração- e/ou originar fenómenos de guetização social. Mais uma vez a resposta passa por uma Educação na Cultura, e não um ensino para a cultura; uma Educação Valorativa e não decadente, que incuta responsabilidade, respeito pelo património e pela história, e demais que não se confunda Cultura com Arte.